Sites utilizam Inteligência Artificial para fabricar notícias falsas sobre autoridades da Ucrânia.

A Rússia foi acusada de disseminar desinformação a respeito da esposa do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, supostamente ter adquirido um carro Bugatti com fundos americanos de ajuda, o que resultou em uma rápida propagação da fake news pela internet. A notícia falsa teve origem em um site francês desconhecido e logo se tornou um trending topic no X e o principal resultado de busca no Google, conforme relatado pelo Wired.

No dia 1º de julho, o site Vérité Cachée publicou uma matéria com a manchete: “Olena Zelenska se torna a primeira proprietária do novo Bugatti Tourbillon”. A primeira-dama foi difamada na história, que alegava que durante uma viagem a Paris com seu marido em junho, ela teria se interessado pelo novo supercarro Bugatti, avaliado em US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 26 milhões), e realizado a compra.

O Vérité Cachée faz parte de uma rede de sites ligados ao governo russo que disseminam propaganda e desinformação para audiências na Europa e nos EUA. Eles utilizam inteligência artificial para gerar notícias falsas, de acordo com investigadores da empresa de segurança cibernética Futuro gravado.

Apesar da Bugatti emitir um comunicado desmentindo a história, a desinformação se espalhou pelo X, sendo republicada por múltiplas contas, inclusive um perfil pró-Rússia e pró-Trump com 2,6 milhões de seguidores. Sites em inglês posteriormente noticiaram a história, citando o artigo do Vérité Cachée como fonte, e qualquer pessoa que procurasse por “Zelensky Bugatti” no Google na semana passada seria direcionada para o MSN, site agregador de notícias da Microsoft, que republicou a história baseada em “redes sociais” e “rumores”.

Este episódio destaca a facilidade com que indivíduos mal-intencionados podem enganar o público online. Tanto o Google quanto a Microsoft não responderam imediatamente a solicitações de comentário sobre o caso. O site Vérité Cachée é parte de uma rede liderada por John Mark Dougan, um ex-fuzileiro naval dos EUA que agora reside em Moscou e trabalha com grupos de reflexão russos, aparecendo em emissoras de TV estatais. A rede inclui 170 sites de desinformação, de acordo com a NewsGuard.

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