Digital Eclipse: Uma lição sobre a preservação da história.

Ao longo dos anos, algumas empresas passaram a ver os jogos antigos como uma fonte de receita, explorando a nostalgia do público para aumentar seus lucros. No entanto, uma desenvolvedora se destacou ao preservar a história da indústria: a Digital Eclipse. Fundada em 1992 por Andrew Ayre, Hans Kim, John Neil e Howard Fukuda como uma startup de tecnologia, a empresa logo percebeu o potencial de um software que haviam criado para se aventurar no desenvolvimento de jogos. Em vez de focar em títulos modernos, optaram por emular jogos de fliperama como Joust, Defender e Robotron: 2084, lançando em 1995 a coletânea The Digital Arcade para Mac OS.

O verdadeiro marco da Digital Eclipse veio com o lançamento do Game Boy Color pela Nintendo. O processador do console portátil era baseado na arquitetura Zilog Z80, comum em fliperamas, facilitando o trabalho da empresa. Nos anos seguintes, cerca de 60 jogos de fliperama foram adaptados para o Game Boy Color. A empresa continuou adaptando jogos antigos para outras plataformas e, em 2003, se fundiu com a ImaginEngine para criar a Backbone Entertainment.

Apesar de criar algumas experiências originais, a empresa continuou focada em relançamentos, adaptando clássicos para o Xbox 360 e PlayStation 3. Em 2015, a Other Ocean Interactive, formada por profissionais que deixaram a Digital Eclipse, adquiriu o nome da empresa e se comprometeu com a preservação dos jogos eletrônicos. Um dos envolvidos nessa nova fase foi Frank Cifaldi, criador da Video Game History Foundation.

Cifaldi deixou a empresa em 2020 para se dedicar à fundação, mas a Digital Eclipse continuou entregando produtos de alta qualidade, como as coleções Street Fighter 30th Anniversary, Disney Afternoon, SNK 40th Anniversary e Teenage Mutant Ninja Turtles: Cowabunga Collection. As coletâneas proporcionaram ótimas experiências aos jogadores, tanto para novas gerações quanto para os que queriam reviver clássicos.

A Digital Eclipse segue um padrão de excelência com a série Gold Masters Series, que funciona como documentários interativos, fornecendo não apenas a oportunidade de jogar títulos antigos, mas também um contexto histórico sobre sua importância na indústria. Chris Kohler, Diretor Editorial da empresa, ressalta a importância de proporcionar uma experiência significativa aos jogadores por meio dos relançamentos. A inclusão de títulos considerados “ruins” ou mal avaliados recebe destaque, mostrando que, com o contexto certo, até mesmo esses jogos podem ser apreciados.

A entrevista traz diversos pontos interessantes e destaca a importância da preservação da história dos jogos eletrônicos. A Digital Eclipse e a Gold Masters Series demonstram ser fundamentais para a indústria, promovendo nostalgia e valorizando o legado dos videogames.

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